quarta-feira, 8 de julho de 2009

Literatura de viagem...em trens!

Este post foi publicado anteriormente no blog Gato Preto.

Tudo a ver com o Trens da vida. Muito pertinente e interessante. Sua autora, consultada, gentilmente, autorizou sua reprodução aqui.


por Leila Lampe


Sou fascinada por trilhos e trens, e certa vez um amigo deu esta dica de leitura:O Grande Bazar Ferroviário - de trem pela Ásia(Objetiva).

O Grande Bazar… é um passeio delicioso! Conduzido pelos elegantes vagões do Expresso Oriente, ou pelos vagarosos trens indianos, a narrativa é pontuada por várias situações inusitadas e observações sobre os países em que o autor perpassa, como por exemplo o Vietnã, onde as marcas deixadas pela guerra contra os Estados Unidos ainda eram recentes.

Publicado originalmente em 1975, o escritor americanoPaul Theroux parte de Londres, segue pela Itália, pela antiga Iugoslávia e Bulgária até a Turquia. Atravessa o Irã, Afeganistão e Paquistão até chegar à Índia. Adentra o Extremo Oriente pela Birmânia e passa pela Tailândia, Malásia, Cingapura, Camboja e Vietnã. Viaja com os trens-bala do Japão e o final de sua jornada acontece no interminável trajeto a bordo do mítico Expresso Transiberiano, cruzando as paisagens frias e desoladas do interior dos países que faziam parte da União Soviética.

Logo no começo do livro o autor revela: “Eu procurava trens; encontrei passageiros”. Famoso por seus relatos de viagem, Theroux não é um viajante de folhetos de agência, com os clichês e estereótipos de um turista. É um observador na tradição dos grandes escritores-viajantes.

Deixo aqui um trecho do livro:

desde criança, quando vivia perto da via férrea de Boston e Maine, raras vezes ouvi silvo de um trem sem sentir o desejo de estar nele. Os apitos dos trens eram como um música encantada: as ferrovias são irresistíveis bazares, serpenteando perfeitamente nivelados qualquer que seja a paisagem, melhorando seu estado de ânimo com sua velocidade sem jamais derramar seu drinke. O trem pode inspirar segurança em lugares muito desagradáveis… Se um trem é grande e confortável, pouco importa seu destino; um assento num canto basta, e você pode ser um daqueles viajantes que permanecem em movimento, em cima dos trilhos, e nunca chegam nem sentem que precisam chegar…

E agora espera-se pelo lançamento no Brasil de outro livro de Theroux, The Old Patagonian Express: By Train Through the Americas, onde ele viaja de trem desde Boston até a Patagônia e enquanto esteve na Argentina, passa 2 dias com o escritor Jorge Luis Borges conversando sobre literatura.

Obrigado pela dica, Ben-Hur!

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