quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tragam os trilhos de volta!

Meu amigo Jarbas Novelino Barato, enviou-me esta mensagem encaminhando um belo texto que garimpou. O texto é uma preciosidade e é com prazer que o publico aqui. Tudo a ver! E ele fez a gentileza de traduzi-lo do inglês. O texto por ser um pouco longo está na secção de páginas. Para lê-lo na íntegra clique aqui.

Agradeço muito ao Jarbas e reproduzo abaixo a mensagem com a qual encaminhou o texto sugerindo sua publicação aqui.
Caro Morales,

Estou encaminhando tradução de parte de um ensaio escrito pelo historiador britânico Tony Judt. A matéria foi publicada pelo New York Review of Books dia 13/01/2011.

Judt é autor de várias obras importantes e foi colaborador do NYRB por muitos anos. Nascido em 1948, de pais judeus emigrados da Europa Central, ele foi o primeiro da família a chegar a universidade (estudou em Cambridge). A partir de 1987 fixou residência nos EUA, onde, entre outros trabalhos, foi professor da Universidade de Nova Iorque. Foi sempre um homem de esquerda e no final da vida se declarava um social democrata esclarecido e combatente. Morrroeu ano passado, vítima de uma paralisia progressiva.

Li o artigo de Judt sobre trens e modernidade, e achei que no todo ou em parte ele ficaria muito bem no seu blog, Trens da Vida. Resolvi, por isso, cometer uma tradução da matéria (minha tradução não é um primor pois não é fácil transcrever textos de qualidade para outro idioma). Traduzi apenas uma parte, a que dá destaque ao trem como transporte público. Uma das observações feitas pelo autor é muito interessante. Refiro-me à sua análise do simbolismo das estações de trem. Elas, no século XIX, foram catedrais do modernismo, do capital industrial. Eram prédios que celebravam uma fé civil nas maravilhas da técno-ciência e nas realizações modernizantes do capitalismo.

O artigo de Judt facilita um entendimento de como as ferrovias refletem seu uso nas classes sociais. As velhas estações da época dos barões do café, por exemplo, eram locais refinados de conforto e bom gosto. As estações dos trens metropolitanos são construções descuidadas,feias, desconfortáveis, pois servem apenas a trabalhadores.

Pretendo escrever um texto para comentar o artigo de Judt e fazer pontes entre o que ele observa e a história recente das ferrovias brasileiras. Em todo o processo de estatização e posterior privatização de nossa estradas de ferro, o que sempre esteve ausente foi o caráter público do transporte por via férrea.

Paro por aqui e espero que você publique o material enviado no seu Trens da Vida. Abraço,

Jarbas