sexta-feira, 15 de março de 2013

Saudades dos trens de antigamente...

 
Hoje faz 12 anos que você deixou de correr, deixou de levar alegria a tantos lugares do Estado de São Paulo através das paralelas de aço, você que trouxe desenvolvimento, que promoveu encontros e despedidas não merecia ter um fim melancólico, não merecia ser vitima do descaso mas sim, ser modernizado com novos carros, com um traçado totalmente remodelado visando a segurança e rapidez. 
 
Infelizmente vimos você morrer lentamente em decorrência da má gestão da máquina publica.
 
Hoje você é apenas lembrança na mente de muitos, é apenas uma imagem de uma fotografia ou de um filme e curiosidade de outros, outros estes que talvez nunca ouvirá o apito do chefe autorizando a partida, a buzina da locomotiva anunciando que está partindo ou o anuncio do chefe sobre a próxima estação, jamais sentirão o seu balanço ao som ritmado das rodas batendo na junta dos trilhos ou o vento entrando pela janela.... ( Douglas Ruzon)

domingo, 3 de março de 2013

Triste abandono em Bauru-SP



Bom dia Bauru - 03/03/2013
O triste abandono da história bauruense
Patrimônio ferroviário da cidade se perde dia a dia. Trens e vagões viram sucata sobre os trilhos 

Rodrigo Viudes (rodrigo.viudes@bomdibauru.com.br) 

De olhos atentos e asas bem abertas, três urubus sobrevoaram e acompanharam , atentos, toda a movimentação de alguns intrusos que se atreveram a invadir o farto espaço onde costumam retirar seus restos para sobreviver.

Afinal de contas, o que haveria ali senão uma coleção de carcaças? Não que fossem, necessariamente as que costumam satisfazer o peculiar paladar deste animal, mas também estão ali, como cadáveres a céu aberto.

Os restos ainda preservam as formas externas de locomotivas elétricas e a diesel e dezenas de carros de passageiros e vagões de vários tipos, modelos e épocas do setor ferroviário.

Esse “cemitério” chama-se Triagem Paulista, em plena área urbana de Bauru, vizinho ao Jardim Guadalajara. É por ali que os estranhos – como  os da reportagem do BOM DIA – chegaram para visitar essa macabra necrópole ferroviária, na tarde de sexta-feira (1º).

De portas abertas /A exemplo de todos os cemitérios de Bauru, quem chega ali já encontra os portões abertos, escancarados. Tanto que o descanso das grades revelam que há muito tempo não sabem o que é serem fechados.

  Ao avançar um pouco já se depara com algum sinal de vida ferroviária no lugar – não a do matagal, que infesta tudo. Os trilhos reluzentes denunciam que, sim, por ali ainda trafegam trens em um desvio que se apresenta em uma passagem de nível.

A via, em bitola mista, serve para facilitar a baldeação de combustível em vagões tanque, um pouco mais acima.  Semelhante a isso, apenas outra via, destinada a uma oficina onde a concessionária do trecho, a ALL (América Latina Logística), mantém uma oficina para trilhos. .
De resto, o lugar é um abandono só. E a situação poderia estar até pior  não fosse uma   vigilância permanente, contratada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

Vinculada ao Ministério dos Transportes, a autarquia é a responsável legal por todo o material  rodante (locomotivas, carros e vagões) e os prédios – entre eles, o da antiga estação, ainda com as cores e a logomarca da extinta Ferroban (Ferrovias Bandeirantes S/A [1998-2002]).

 Saques /Os vigilantes hoje tentam evitar o que até pouco tempo era uma prática diária: os saques. Inicialmente, o alvo dos invasores era o cobre dos componentes das locomotivas elétricas, encostadas por ali após a supressão de seus serviços, em 1999.

 Depois, com o acúmulo de  dezenas de carros de passageiros, há poucos anos, o foco passou a ser o alumínio, o inox. As marcas de tiros nos vidros e laterais  revelam os confrontos que costumam acontecer por ali.

Cenas de violência em um ambiente onde se deveria respeitar, pelo menos, os mortos. É como se, por ali, tivesse havido um bombardeiro. Há trilhos, truques, dormentes apodrecidos e, claro, esqueletos do que um dia foram velozes locomotivas ou luxuosos carros.

Cai a tarde e, após quase uma hora de caminhada supervisionada por um vigia, é hora de ir embora e deixar que os urubus voltem a zelar  pelo patrimônio cuja história não se deixa sepultar.